Fábio Pereira de Azevedo conta sua trajetória no futebol
profissional e fala sobre o início da carreira do filho, Gabriel.
Ser um grande jogador de futebol é o sonho de muitos
meninos bons de bola. Embora o talento seja importante, para traçar uma
carreira profissional é preciso muita persistência e dedicação. Fábio Pereira
de Azevedo, de 40 anos, o Baiano, que hoje faz parte da equipe dentro e fora de
campo do Clube Recreativo Maravilha (CRM), conta um pouco de sua carreira como
atleta profissional, iniciada aos 11 e encerrada aos 36 anos.
Desde a infância, Fábio gostava de futebol, mas na
verdade não se imaginava um grande jogador no futuro. A vida em Salvador
(Bahia), onde nasceu, nunca foi fácil e os sonhos pareciam distantes da
realidade. Além de ter perdido a mãe aos primeiros meses de vida, Fábio perdeu
a avó aos 11 anos. Sem muita proximidade com o pai, ele não tinha muitas
perspectivas, mas viu uma porta se abrir quando recebeu o convite de um
treinador das categorias de base do Vitória, para fazer parte da equipe
infantil do clube baiano, em 1988.
O jovem atleta treinou no Vitória por dois
anos e depois ingressou no juvenil do Guarani de Campinas (SP). Na equipe
paulista, Fábio foi profissionalizado e logo em seguida emprestado para o União
São João de Araras, também de São Paulo, no qual permaneceu por quatro anos e
disputou seu primeiro Campeonato Brasileiro da série A, em 1998. No ano
seguinte, Fábio veio para Santa Catarina, onde firmou contrato com o Tubarão,
disputando jogos da série C e D e Copa Sul Minas. Em 2000 ele foi emprestado
para o Clube Marcílio Dias, de Itajaí, e em 2001 para o Inter de Lages. No ano
2002 Baiano, de origem humilde e grande talento em campo, fez sua primeira
excursão internacional junto com o Tubarão, para a Alemanha.
Na época, ele foi o único jogador do Tubarão que
permaneceu na Alemanha, após ser emprestado para uma equipe de segunda divisão
do país europeu. Em 2003 Fábio volta para o Brasil e logo em seguida assinou
contrato com a Chapecoense. Naquele mesmo ano o atleta, que estava no auge de
sua carreira, foi convocado para defender a seleção de Togo, um país africano.
Ele vestiu a camisa de Togo por três meses, temporada em que disputou as eliminatórias
pela Copa das Nações. Sua atuação lhe rendeu a dupla nacionalidade - brasileiro
e togolês.
Da Chapecoense, Baiano foi vendido para o CD Águila, de
El Salvador, onde permaneceu até 2008. Durante seu contrato com o Águila, Fábio
foi emprestado para outros clubes de El Salvador. Depois de sua passagem pela
América Central, o atleta volta ao Brasil para jogar com a Chapecoense,
vestindo a camisa do clube na “subida” para a série C e B do
Campeonato
Brasileiro. Em 2010 Fábio voltou para sua terra, firmando contrato com o clube
Bahia de Feira de Santana, onde encerrou a carreira, aos 36 anos.
Foram 25 anos de atuação em campos de quatro continentes,
lembrado sempre como um atleta ágil e com muita capacidade para dribles. Fábio
conta que deixar a carreira de jogador profissional foi uma escolha pessoal e
representou também momento propício para que ele focasse em outras áreas, como
a retomada dos estudos. Em 2011 Fábio, a esposa, Jaqueline, e filho, Gabriel,
retornaram para Santa Catarina, fixando moradia na cidade de Maravilha.
Sem
conseguir se desligar completamente do esporte, Baiano logo começou a jogar
como atleta amador, ingressando na equipe do Guarani da Sanga Silva.
Atualmente, além de atleta do CRM, ele integra a comissão técnica do clube. Fábio
também faz parte do Núcleo Chapecoense de Maravilha, um projeto social que
abrange hoje aproximadamente 350 crianças e adolescentes, que treinam futebol.
Fábio ao lado do filho Gabriel (Foto: Carine Arenhardt/O Líder)
A CARREIRA DO FILHO Não bastasse Fábio ter deixado seu
legado no futebol nacional e internacional, ele também deixa um sucessor, que
já começa a seguir seus passos. O filho, Gabriel, de 12 anos, ingressou neste
ano na categoria sub-12 de Chapecoense. Gabriel sonha com a carreira de atleta
profissional e sente muito orgulho de seguir o exemplo do pai. “Pra mim, o
esporte é vida. Já nasci com o pai jogando bola e com uma bola no pé todo dia.
Agora é treinar bastante e ver se fico neste esporte”, relata. Assim como no
início da carreira do pai, Gabriel começou os treinos como zagueiro.
Fonte:
Carine Arenhardt/Jornal O Líder


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