Foto: Marcio Cunha
A
terça-feira era anunciada como um dia especial. Não que a segunda já não
tivesse sido, depois de toda a recepção calorosa à delegação do
Atlético Nacional em
Chapecó, mas na terça, além de toda a programação
festiva na praça
Coronel Bertaso, no Centro da cidade, tinha o grande jogo, o grande encontro em
campo entre os irmãos Chapecoenses de Medellín. Encontro que deveria ter
acontecido em novembro do ano passado, interrompido pela queda do avião na
madrugada daquele triste e inesquecível dia 29.
Antes de a bola rolar na Arena Condá, uma série de
eventos marcaram e fizeram deste dia tão especial. Pela manhã, o número de
pessoas ainda era tímido nas ruas da cidade, mas com a proximidade do início da
Fanfest, os torcedores foram às ruas, encararam uma acanhada chuvinha para
aproveitar cada momento.
No palco montado em frente à Catedral Santo Antônio,
os moradores, visitantes e torcedores presenciaram um momento de forte emoção.
O ensaio da coreografia da música Dia Especial, de Duca Leindecker. Se o ensaio
levou muitos às lágrimas, imagina isso tudo dentro do palco do jogo, do palco
da união.
Da praça,
uma caminhada em direção ao estádio. Levadas por um trio elétrico e pelo
mascote da Chapecoense, Madruga, centenas de pessoas andaram pelas ruas
cantando, brincando e dançando. Ao chegar ao estádio, um abraço simbólico, mas carregado de sentimento. Todos deram as mãos e colocaram a Arena no
centro, protegida, encerrando com um forte e longo aplauso.
Se do
lado de fora foi difícil segurar as lágrimas, dentro de campo a emoção foi
ainda maior. No início do Show da Gratidão, os quatro sobreviventes da tragédia
entraram juntos: Rafael Henzel, Jackson Follmann, Neto e Alan Ruschel. Muito
aplaudidos, fizeram um discurso de amor, saudade e gratidão ao povo colombiano.
Com a voz embargada, Rafael Henzel citou a memória dos companheiros jornalistas
que não puderam estar presentes em vida nesta terça. O lateral-esquerdo Alan
Ruschel relembrou os companheiros de time, os anjos de chuteiras.
— Pelo resto da minha vida vou recordar o pessoal que
não mora mais com a gente e que hoje está num lugar melhor. Obrigada a todo
mundo — disse o jogador.
Outro guerreiro do Verdão deixou uma mensagem de muito
amor e reflexão:
— Não esperem um avião cair para dizer eu te amo para
alguém — falou o zagueiro Neto.
Depois dos guerreiros foi hora de colocar em prática
todo o ensaio feito durante a semana. Duca Leindecker se dirigiu ao centro do
gramado e soltou a voz. Nas arquibancadas, as mãos eram elevadas aos céu em
referência aos que se foram, para depois descerem juntas, em sinal de união e
amizade. As camisas brancas e as lanternas dos celulares deixaram o espetáculo
ainda mais bonito, iluminando rostos que mostravam, além de lágrimas,
expressões de alegria e saudade.
Durante a partida, o clima continuou amistoso, com a
música Amigos Para Sempre sendo tocada peça torcida organizada Barra da Chape.
No gol dos co-irmãos, aplausos, e na hora que Moisés Ribeiro se estranhou com
Macnelly Torres, vaias. Logo caladas quando chegou o minuto 71 da partida. Foi
hora de todos os 19.005 pulmões do estádio cantarem Vamo, Vamo, Chape, em memória
às 71 vítimas do acidente na Colômbia.
Para coroar a grande noite, vitória do
Verdão do Oeste por 2 a 1,
com gols de Reinaldo, de pênalti, e Luiz Otávio, aos 28 minutos do segundo
tempo. Com o apito do árbitro, as luzes se apagaram e um show de fogos de
artifícios iluminou a noite em Chapecó. Foi ou não foi um dia realmente
especial?
Fonte: Diário
Catarinense
Destaque para os Pinhalenses:
Muitos
Pinhalenses estiveram presentes a Arena Condá, entre os presentes a família
Damo e amigos, Cleiton da Cunha com a família, o amigo Cleto Schuster e suas meninas.
O Osmar Gomes (Guinho) não foi ao jogo, mas esteve em Chapecó ontem a tarde e
pousou com membros da comissão técnica do Atlético Nacional. Entre muitos outros presentes ontem em
Chapecó.




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